terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Manifesto da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre o acordo firmado entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, e a “Lei Geral das Religiões” (Projeto de Lei n.º 5.598/2009 e o PLS 160/2009)

A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, representada pelo Presidente do seu Supremo Concílio, diante do momento atual, em que forças organizadas da sociedade manifestam sua preocupação pela aprovação do texto do Acordo que vem labutar contra a laicidade do Estado Brasileiro e cercear a liberdade religiosa através de manifesta preferência e concessão à Igreja Católica Apostólica Romana de privilégios por parte do Estado Brasileiro, em face dos termos do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, firmado no dia 13 de novembro de 2008, vem a público, considerando que:


I. - O Vaticano, embora um Estado Soberano e Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional, é a sede política e administrativa da religião Católica Apostólica Romana e, portanto, um Estado Teocrático. Todo acordo entre Ele e o Brasil que contemple matéria envolvendo assuntos referentes à dimensão da fé e não a assuntos temporais agride o princípio da separação entre Estado e Igreja, que é uma conquista obtida pela nação brasileira e se constitui na base da nossa República;


II. - Para Igreja Católica Apostólica Romana, as demais religiões e seus ritos próprios são apenas “elementos de religiosidade” preparatórios ao cristianismo verdadeiro, do qual ela é exclusiva detentora: “Com efeito, algumas orações e ritos das outras religiões podem assumir um papel de preparação ao Evangelho, enquanto ocasiões ou pedagogias que estimulam os corações dos homens a se abrirem à ação de Deus. Não se lhes pode, porém atribuir à origem divina nem a eficácia salvífica ex opere operato, própria dos sacramentos cristãos. (DECLARAÇÃO "DOMINUS IESUS" SOBRE A UNICIDADE E A UNIVERSALIDADE SALVÍFICA DE JESUS CRISTO E DA IGREJA);


III. - A identidade jurídica peculiar do Vaticano, a apresentar-se ora como Estado, ora como Religião, facilita a tentativa de ingerência e pode confundir administradores sobre os limites das concessões, quando tratam de assuntos que transcendem aqueles meramente administrativos e temporais. E, por ser o Vaticano um Estado, não pode impor ao Estado Brasileiro a aceitação de sua religião e da Igreja que representa para a obtenção de privilégios e vantagens diferenciadas;


IV. - É inegável que tal Acordo é flagrantemente inconstitucional, pois fere a Constituição da República, que destaca em seu artigo 19: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; (..); III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. Ora, o Estado do Vaticano é o REPRESENTANTE da Igreja Católica Apostólica Romana. O ACORDO, portanto, é INCONSTITUCIONAL e não pode prosperar num Estado Democrático de Direito, pois fere a cláusula pétrea da Constituição da República no caput do Artigo 5º, ou seja, o princípio Constitucional da ISONOMIA;


V. - Que o referido Acordo Internacional nos artigos 7º, 10º e, principalmente, 14º, impõe DEVERES ao Estado Brasileiro para com a Igreja Católica Apostólica Romana nos planejamentos urbanos a serem estabelecidos no respectivo PLANO DIRETOR, que deverá ter espaços destinados a fins religiosos de ação da Igreja Católica Apostólica Romana, contemplando a referida Igreja com destinação de patrimônio imobiliário;


VI. - O termo católico após a expressão “ensino religioso”, contido no Acordo, afronta a previsão do § 1º do artigo 210 da Constituição da República, que preceitua: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. O Acordo com a Santa Sé consignou no § 1º do artigo 11 que: “O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental...”. Trata-se de evidente discriminação religiosa;


VII. – a aprovação pelo Congresso Nacional do referido Acordo conferiu privilégios históricos à Igreja Católica Apostólica Romana em nosso País reconhecendo-os como direitos, constituindo norma legal, uma vez que acordos internacionais, conforme a Constituição de 1988, têm força de lei para todos os fins. Aquilo que a história legou, a cultura vem transformando e o Direito não pode aceitar por consolidar dissídio na sociedade brasileira, que tem convivido de forma tolerante com o legado, mas não o admitirá como imposição contrária ao direito à liberdade de consciência, de crença e de culto, amparado pela Carta Magna e pelo Direito Internacional;


VIII. - De igual forma, o Projeto de Lei n.º 5.598/2009 e o PLS 160/2009 denominado “Lei Geral das Religiões”, já aprovado pela Câmara Federal e pelo Senado, mero espelho do Acordo, incorre nos mesmos equívocos de inconstitucionalidade e desprezo à laicidade do Estado Brasileiro, estendendo as pretensões da Igreja Católica Apostólica Romana a todos os demais credos religiosos. O nivelamento no tratamento pelo Estado às religiões não pode ser amparado por fundamentos manifestamente inconstitucionais que agridem a soberania do Brasil e retrocede-nos ao indesejável modelo do “padroado” no Império.


Ante o exposto, em consonância com a Palavra de Deus, sua única regra de fé e prática, e com a sua doutrina, a IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL manifesta-se contra a aprovação do Congresso Nacional do referido Acordo Internacional ou de qualquer norma legal que privilegie determinada religião/denominação em detrimento de outras; não considerando a cidadania dos ateus e agnósticos também presentes no Brasil, consagrando ingerência de Estado Estrangeiro sobre o Estado Brasileiro e afrontando a separação entre o Estado e a Igreja, preservada em todas as Cartas Constitucionais da República Brasileira.


A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL reitera sua submissão e intercessão em favor das autoridades constituídas, mas não abre mão de seu ministério profético nesta geração a denunciar todo e qualquer desvio contrário ao Estado de Direito e à Lei de Deus.


Brasília – DF, outubro de 2009
Rev. Roberto Brasileiro Silva
Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Teologia em chamas




Efésios 1: 11-14

I- INTRODUÇÃO.

Todos nós sonhamos em ver dias de glória na igreja. Há até uma canção que diz: “O muito que nós temos visto não passa de gotas diante daquilo que podes e queres fazer. Oh, faz chover Senhor”.
O que pode mudar este quadro?
Irmãos, não vejo outra saída, senão, uma teologia em chamas. Não vejo nada que mais possa revitalizar a vida da igreja do que o conhecimento da verdade acompanhado da bênção do Espírito Santo.
Este texto está cheio de ambas as coisas. Está cheio de teologia. Ou melhor, para sermos mais específicos, cheio de eclesiologia. São versos que fazem parte da grande torrente de louvor deste capítulo primeiro. E Paulo está aqui especialmente arrebatado por todas as descobertas que fizera acerca do povo de Deus.
Como é importante conhecermos tudo isto! Não está à toa nas Escrituras! Faz parte do louvor do apóstolo e deve fazer parte da compreensão teológica de toda igreja que queira experimentar um verdadeiro avivamento espiritual.
O que Paulo descobriu sobre a igreja?

II- TEOLOGIA EM CHAMAS.

1- A IGREJA EXISTE PELA VONTADE SOBERANA DE DEUS.

Foi eleita em Cristo, v. 11.
Jamais atribua sua salvação ao acaso. Que coisa estonteante a predestinação!

2- A IGREJA É HERDEIRA DE DEUS.

Como mensurar este tesouro?
Pense no que acontecerá no cosmos.
Pense no que acontecerá com o seu corpo.
Pense no que acontecerá na sua relação com Deus. 

3- A IGREJA É POSSESSÃO DE DEUS.

Somos herança de Deus Dt 32:9; Sl 33:12; Dt 4:20; 9: 29; I Rs 8: 51; Sl 106: 40; Jr 10: 16; Zc 2: 12.
Pertencemos a Deus. E isto é para nossa vida tanto responsabilidade, quanto privilégio. A responsabilidade para em tudo fazermos a vontade daquele a quem pertencemos, e o privilégio de pertencermos a um Deus zeloso pelo que lhe pertence (I Pd 2: 9-10).

4- A IGREJA RESULTA DA PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS.

Em Cristo, a firme rocha, é que me firmo; qualquer outro terreno ; é areia movediça. É isto que a Palavra bendita do nosso Deus nos ensina.
Ela é a Palavra da Verdade e a boa nova da nossa salvação. Graças a Deus!

5- A IGREJA FOI SALVA PARA A GLÓRIA DE DEUS.

A glória de Deus é a revelação de Deus, e a glória de sua graça é a sua auto-revelação como um Deus gracioso.
Devemos viver para sua glória. Is 43:21; Jr 13: 11.
Tudo começa em Deus e termina em Deus.
Existe meta mais gloriosa do que esta?
Tudo isto é teologia. Verdades com implicações fortíssimas para as nossas vidas.
Mas, sabemos de igrejas que conhecem isto muito bem e não provam deste mesmo arrebatamento do apóstolo Paulo.

6- A IGREJA SÓ PROVA DA ALEGRIA E SEGURANÇA QUE ADVÉM DA COMPREENSÃO DA VERDADE TEOLÓGICA QUANDO É SELADA COM O ESPÍRITO SANTO.

Como vimos, chegamos num ponto desta exposição das bênçãos que Deus tem derramado sobre a vida do seu povo que é de tirar o fôlego. É um acúmulo tão extraordinário de verdades, que poderíamos ficar dias examinando cada palavra destes quatros gloriosos versículos.
Quando olho para a igreja duas coisas me apavoram: primeiro, o grande número de crentes que não expressam este arrebatamento de alma do apóstolo Paulo; e, segundo, crentes que não se maravilham com estas verdades de Efésios 1. Gente que parece ficar mais mexida por outras coisas. Oh, não consigo aceitar!
Creio que falta a bênção do Espírito. Para que experimentemos esta obra excelsa em nossos corações é de fundamental importância que conheçamos um pouco de pneumatologia também.
- Ele é o Espírito da promessa, é o selo (marca de possessão e autenticidade) e garantia (primeira prestação, depósito, entrada, penhor, que paga parte do preço de compra de antemão, e assim obtém um direito legal sobre o receptivo artigo, ou torna válido um contrato.
- Aqui entendemos o como obter a alegria cristã. Selo autentica, dá segurança, é sinal de propriedade.
- João 3 fala sobre o selo. Veja também Jo 6:27. Como Deus o selou? Jo 3:34, seu batismo. Mt 3:17; Jo 14:10; Jo 7:46; Lc 7:22. Ele ouviu uma declaração que foi confirmada com obras. O quer que os homens falassem não mudava sua posição. O que o selo significou para Jesus significa para nossas vidas. Podemos ser autenticados por sinais inteligíveis. 
É possível a pessoa crer e não ter o selo. O que se supõe é que não se trata de experiência e que todos tem inconscientemente. Daí não o buscam! E acabam não experimentando o que os cristãos do NT e muitos outros experimentaram.
- Jo 14 aqui Jesus fala a crentes. Jo 20:22. Eles já criam permanente, contudo Jesus os exortou a que esperassem a promessa. Veja At 1. No pentecostes é que foram selados.
- At 8. At 9! Em At 15, Pedro diz que os da casa de Cornélio foram autenticados. Ao  fazerem a pergunta de At 19 a implicação é óbvia, é possível ser crente e não ter o batismo. Só foram selados quando Paulo lhes impôs as mãos. O selo não nos faz cristãos, mas autentica o fato.
- É o espírito da promessa. Em que sentido aos crentes do AT não fora dado o Espírito? O que Davi mais temia era … Jo 7:39, o Espírito não fora dado da daquela maneira particular. O Espírito nao fora dado de uma maneira particular. Este selo não é a regeneração. O selo é uma experiência , algo que Deus no faz e que ficamos sabendo.
- O batismo com o espírito santo é a primeira experiência da plenitude do Espirito. Selo e batismo é a mesma coisa. O batismo é a certeza da promessa! Esta benção sela a promessa!!!
- At 15:8 mostra o que este selo opera!!! O selo não é o recebimento do Espírito.
- Se não é uma experiência, como saber que fomos autenticados? At 2 deixa claro que é uma experiência. Quando temos este selo ficamos sabendo disto e outros também! Como Paulo poderia fazer a pergunta de At 19? Gl 3.
- Este batismo diferencia os crentes do NT dos crentes do VT. É o Espírito de adoção!!!
Thomas Goodwin: “Há uma luz que vem e se apodera da alma do homem e lhe assegura de que Deus é dele e ele é de Deus, e de que Deus o ama desde toda a eternidade. É uma luz que transcende a luz da fé comum. É o segundo bem depois do céu, você não obtém mais nada, não poderá obter mais nada, enquanto não chegar lá”.
John Wesley: “É algo imediato e direto, não o resultado de reflexão ou argumentação”.
John Flavel e Jonathan Edwards.Martyn Lloyd-Jones: “Se você tiver que persuadir-se sobre ela, você não a conhece”. 
Nem sempre vem acompanhado de dons. É algo que compensa a ausência física de Cristo!
- Há uma diferença entre esta alegria e a da conversão.
- O Batismo não é a santificação.
- É possível que haja desequilíbrio. Porém, gera humildade, amor e reverência.
- É o que transforma a igreja e torna a verdade límpida para o crente.
- Temos que buscar esta experiência! Lendo, orando, buscando santificação.
- O penhor. O selo é aquilo que me assegura que sou um herdeiro; dá-me segurança quanto a minha relação com a herança. O penhor é aquilo que dá segurança quanto à coisa mesma; dá-me o usufruto de uma real porção dela e, portanto, aumenta minha certeza de que receberei tudo finalmente.

III- CONCLUSÃO.

Precisamos de teologia em chamas.
Até quando não nos interessaremos pelas verdades que arrebataram os crentes do passado?
Até quando prescindiremos da obra do Espírito Santo?
Você crê nestas verdades? Você já recebeu o selo? Que tal começarmos hoje a buscar?
www.palavraplena.com.br/

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A alegria da justificação

Filipenses 3: 1-11.

I- INTRODUÇÃO.

Deus nos chama para a alegria. Isto podemos ver em toda a Bíblia e de maneira especial no apelo que o apóstolo Paulo faz no verso 1.
Muitos não tem esta alegria porque não conseguem entender três verdades.
  • O chamado cristão é um chamado para a alegria.
  • A alegria cristã é antes de tudo “no Senhor”.
  • Esta alegria depende do conhecimento da verdade.
Paulo esta tão convencido que a alegria do crente depende do conhecimento da doutrinas cristãs, que faz um apelo para que o povo não dê ouvidos à aqueles que tentam pervertê-la seguido de uma belíssima exposição da verdade central do evangelho, a verdade que o adversário de nossas almas mais tenta perverter: o crente é justificado dos seus pecados pela fé em Cristo.
Paulo, portanto, expõe a doutrina central do evangelho, doutrina que ocasionou a reforma protestante, revelando verdades preciosas acerca da doutrina da justificação pela fé.
Que verdades são estas?

II- VERDADES BÁSICAS SOBRE A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ.

1- AO HOMEM É ABSOLUTAMENTE IMPOSSÍVEL SER JUSTIFICADO DOS SEUS PECADOS PERANTE DEUS PELOS SEUS MÉRITOS PESSOAIS.

Talvez você esteja perguntando: “O que significa esta doutrina?”
Deixemos que dois dos maiores teólogos deste século respondam:
J. I. Packer: “Justificação é o ato divino de perdoar gratuitamente os pecados dos ímpios e de atribuir-lhes justiça, por sua graça, mediante a fé em Cristo, com base não em suas próprias obras, mas na justiça representativa, redentora, propiciatória e vicária do sangue derramado por Jesus Cristo em favor deles”.
Louis Berkhof: “A justificação é um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça de Cristo, que todas as reivindicações da lei são satisfeitas com vista ao pecador”.
É o ato divino que legalmente nos absolve dos nossos pecados e nos declara justos.
Lutero chamava a justificação de “O artigo mediante o qual uma igreja permanece de pé ou cai”.
Na Bíblia, “justificar” significa “declarar justo”. Ou seja, declarar acerca de uma homem, em um tribunal, que ele não está sujeito a qualquer penalidade, mas que ele é dotado de todos os privilégios devidos aqueles que sempre observaram a lei. Justificar eqüivale ao ato de um juiz pronunciar a sentença oposta a de condenação.
Por que o homem não pode por si mesmo ser justificado?
Primeiro, porque o homem não é capaz de cumprir a lei de Deus. Realmente, há promessa na Bíblia para quem cumpre a lei, mas quem o faz?
Segundo, porque não é capaz de pegar o seu débito. Nossas penas são proporcionais a gravidade dos nossos delitos. Qual deve ser a pena para quem pecou contra Deus?
Paulo fala da sua própria experiência. Vs. 4-7.
Você confia na carne?

2- A JUSTIFICAÇÃO SÓ PODE SER OBTIDA PELA FÉ EM CRISTO.

Como Deus sendo justo pode considerar inocente um pecador?
Resposta: Deus nos perdoa de maneira justa com base na obra de seu Filho na cruz, que nos proporciona perdão e declara Deus como justo.
Qual a principal marca desta fé? Quando o pecador depende única e exclusivamente de Cristo para a sua salvação. Vs. 7-9.
O que houve na vida de Wesley e Lutero após a descoberta desta verdade.
Você crê em Cristo?
Então, eu pergunto a você: “Você crê que é um homem salvo?” e você responde-me: “Creio que sim”. Pergunto novamente: “por que você se considera um homem salvo?” Posso imaginar você me respondendo: “Eu não faço mal a ninguém”.
Mas, o testemunho bíblico nos dá conta de que todos pecaram e carecem da glória de Deus.
Este testemunho não estaria de acordo com o que vemos sobre o homem na face da terra?

3- O QUE FOI VERDADEIRAMENTE JUSTIFICADO TEM CRISTO COMO O MAIOR AMOR DE SUA VIDA.

Muitos pensam que esta doutrina conduz a frouxidão moral.
Estes não entendem que não há maior base para a vida santa do que ela.
E mais, todo ensino bíblico acerca da justificação enfatiza o fato de que aquele que foi justificado inevitavelmente entra em processo de santificação.
O que vemos na vida de um justificado?

3.1- Vida cujo Sinal Maior da sua Realidade, é Interior, Conseqüência da Ora que o Espírito faz no Coração do Crente Levando-o a Genuína Adoração. V. 3

3.2- Tem Jesus como Único Fundamento da sua Salvação, por isso se Gloriam nele e não na Carne. V. 4.

3.3- Reconhecimento do Real Valor da Pessoa de Cristo. Vs. 7-8.

3.4- Amor Real e Profundo por Jesus. V. 8b.

3.5- Desejo Ardente de Aprofundar a Relação com Cristo. Vs. 8 e 10.

3.6- Vida Profundamente Identificada com Cristo. V.10.

3.7- Esperança de Salvação Total em Jesus. V.11

III- CONCLUSÃO.

Só esta vida pode trazer alegria.
Que resultados fantásticos seguem-se a correta pregação sobre esta doutrina!
Que Deus, pelo seu Espírito ajude-nos a compreendê-la.
 (extraido do site palavra plena)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

CASTELO FORTE

O Hino Castelo Forte foi composto por Martinho Lutero em 1529, no momento mais sombrio da Reforma Protestante. O Imperador Carlos V perseguiam os protestantes, os quais foram declarados pela Igreja Católica como inimigos da fé católica. O próprio Lutero tinha a sua cabeça a prêmio, sua vida corria perigo, muitos adeptos da reforma foram queimados em praça pública por desafiar a Igreja Católica.

Mesmo com a fúria do Papa Leão X e com a perseguição implacável do clero católico e do poder político da época, Lutero e seus amigos reformadores não desistiram, prosseguiram no ideal de levar o Evangelho Genuíno de Jesus Cristo a custa de suas próprias vidas.

É nesse ambiente de turbulência, perseguição e dor que Martinho Lutero compõe o hino Castelo Forte considerado uma verdadeira confissão da fé em Deus no momento da tribulação. Mesmo com a sua vida em risco, Lutero não negou o seu Deus, não negou o Evangelho de Jesus Cristo e lutou com todas as suas forças para levar o conhecimento da verdade a todos.

Castelo Forte revela a fé inabalável de Lutero no Senhor, a sua confiança nas Sagradas Letras e a sua certeza de vitória contra as adversidades que se levantam quando pregamos o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo.

Ao tempo da Reforma, “Castelo Forte” divulgou-se rapidamente, tornando-se hino nacional da Alemanha protestante. Insistentemente cantado por Lutero e seus companheiros, igualmente o foi nos lares, nas ruas e no campo, infundindo coragem aos fracos e incentivando os heróis a novas conquistas na tremenda luta em que se empenhavam. Ontem, como hoje, se mantém atual pelas profundas verdades que encerra e pela segurança que infunde ao crente em vibrantes versos como estes:

“Com o seu poder defende os seus

Em todo o transe agudo”.

“E nada nos assustará

Com Cristo por defesa”.

Castelo Forte é um presente de Deus através da instrumentalidade de Martinho Lutero. A letra arrebatadora resume em poucas estrofes intensa reflexão. Numa breve meditação devemos argüir a nós mesmos: Castelo forte é nosso Deus ou é a minha igreja ou o meu braço ou a minha inteligência ou o meu dinheiro ou o meu status ou a minha auto-suficiência? Tem sido Deus Espada e bom escudo ou tenho me defendido das intempéries com as minhas argumentações autônomas impiedosas e injustas? Tenho me refugiado no bom escudo ou tenho me exposto a todo tipo de ataques insensivelmente como um leproso à beira do fogo?

 Muitas vezes a Igreja pós-moderna age como se Deus não fosse mais o Senhor soberano da Providência, Aquele que cuida da Igreja e defende Seu povo! Demasiadamente a Igreja atual parece confiar muito mais nas suas próprias estratégias administrativas e políticas. Uma Igreja que se adapta aos costumes dos tempos com medo de se sentir fora de moda ou de simplesmente fechar suas portas! Com isso a pregação (ou fábula!) se amolda ao gosto dos ouvintes, a sã doutrina igualmente se acomoda existencialmente e a disciplina se afrouxa e se ajusta aos “donos” da Igreja! Os ajustes eclesiásticos são muitos e diários para tentar sobreviver ao caos pós-moderno, quando na verdade, a Igreja deveria tão somente confiar em Deus e não abrir concessões quando a Palavra do Senhor estiver em questão!

Leia a letra desse lindo hino:

Castelo forte é nosso Deus,

Amparo e fortaleza:

Com seu poder defende os seus

Na luta e na fraqueza.

Nos tenta Satanás,

Com fúria pertinaz,

Com artimanhas tais

E astúcias tão cruéis,

Que iguais não há na Terra.



A nossa força nada faz:

Estamos, sim, perdidos.

Mas nosso Deus socorro traz

E somos protegidos.

Defende-nos Jesus,

O que venceu na cruz

O Senhor dos altos céus.

E sendo também Deus,

Triunfa na batalha.



Se nos quisessem devorar

Demônios não contados,

Não nos podiam assustar,

Nem somos derrotados.

O grande acusador

Dos servos do Senhor

Já condenado está:

Vencido cairá

Por uma só palavra.



Que Deus a luta vencerá,

Sabemos com certeza,

E nada nos assustará

Com Cristo por defesa.

Se temos de perder

Família, bens, poder,

E, embora a vida vá,

Por nós Jesus está,

E dar-nos-á seu reino

Era essa a certeza que Lutero tinha em Seu Deus, inabalável, sem sombra de dúvidas, a ponto de não temer a morte. Nesses dias de cantores gospel com suas músicas carregadas de emoção e que muitas vezes são contrárias aos ensinamentos do Evangelho, Castelo Forte nos remete a verdadeira adoração, uma adoração sem mascarras e sem fingimento. Uma adoração em espírito e em verdade.

Minha oração é que nesses dias a Verdade do Evangelho, pela qual os reformadores derramaram suas vidas, seja o motor dos verdadeiros servos do Senhor Jesus Cristo para denunciar o falso evangelho e levar a todos os homens o Evangelho tal qual ele foi pregado pelo Nosso Salvador.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

john knox

Mateus 4 - A Tentação de Cristo no Deserto¹

John Knox²


A causa que me moveu a tratar desta passagem das Escrituras, foi para que aqueles que, pela inescrutável providência de Deus, caem em diversas tentações, não se julguem, por causa disso, menos aceitáveis na presença de Deus; mas, pelo contrário, tendo o caminho preparado para vitória através de Cristo Jesus, não temam, acima da medida, as astutas investidas da ardilosa serpente, Satanás; mas, com alegria e coragem, tendo tal Guia, tal Campeão e tais armas, como as encontradas nesta passagem (se com obediência ouvirmos e crermos verdadeiramente), possam assegurar-se do presente favor de Deus e da vitória final, por meio de Cristo, que, para nossa segurança e livramento, entrou na batalha e triunfou sobre seu adversário e sobre toda sua fúria, e também, para que as subseqüências, sendo ouvidas e entendidas, possam ser melhor guardadas na memória.
Pela graça de Deus, nos proporemos a observar, no trato deste assunto:
1) Primeiro, o significado da palavra tentação e como ela é usada nas Escrituras;
2) Em segundo lugar, quem é tentado aqui e quando esta tentação aconteceu;
3) Em terceiro lugar, como e por quais meios Ele foi tentado;
4) E por último, porque Ele deveria experimentar aquela tentação e qual o proveito decorrente deste episódio, para nós (a parte aqui traduzida).
...
"Se és Filho de Deus manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt.4:3-4)
O propósito pelo qual o Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto para que Jesus fosse tentado, é nos fazer entender, através deste fato, que Satanás nunca cessa de se opor aos filhos de Deus, mas continuamente, por um meio ou outro, os conduz e os provoca a algum juízo pecaminoso sobre o Deus deles.
Desejar que pedras se transformem em pães ou que a fome seja satisfeita, nunca foi pecado, nem tão pouco uma opinião pecaminosa sobre Deus, mas, creio que esta tentação foi mais espiritual, mais sutil e mais perigosa. Satanás estava se referindo a voz de Deus que disse ser Cristo Seu Filho Amado.
Contra esta declaração ele luta, como lhe e intrínseco fazer, contra a indubitável e imutável palavra de Deus; pois sua malícia contra Deus e seus filhos escolhidos é tal, que para quem Deus declara amor e misericórdia, a estes ele ameaça com desprazeres e maldições; e onde Deus ameaça morte, lá ele é audacioso em declarar vida. Por causa disto Satanás é chamado de mentiroso desde o princípio (Jo. 8:44).
Assim sendo, o objetivo de Satanás é levar Cristo a desesperança, para que Ele não creia na voz de Deus seu Pai; e este parece ser o significado desta tentação: "Tu ouviste", Satanás diria, "uma voz dos céus dizer que Tu eras o amado Filho de Deus, no qual Ele se compraz (Mt.3:17), mas não te julgarão louco ou um tolo sem juízo, se creres em tal promessa? Onde estão os sinais deste amor? Tu não estás sem o conforto de todas as criaturas? Tu estás pior do que as brutas feras, pois todo dia elas caçam para se alimentar e a terra produz grama e ervas para seu sustento, de forma que nenhuma delas definha ou é consumida pela fome. Mas tu jejuas há quarenta dias e quarenta noites, esperando sempre algum alívio e conforto dos céus, mas tua melhor provisão são pedras duras! Se Te glorias em teu Deus, e crês verdadeiramente na promessa que foi feita, ordena que estas pedras se transformem em pães. Mas, é evidente que Tu não o podes fazer, pois se pudesses, ou se teu Deus tivesse Te concedido tal privilégio, há muito terias matado tua fome e não necessitarias suportar este abatimento por falta de comida. Mas vendo que ainda continuas assim e que nenhum mantimento foi preparado para Ti, é presunção acreditar em tal promessa, e por isso, perca a esperança de qualquer socorro das mãos de Deus e proveja para Ti, por qualquer outro meio!"
Eu usei muitas palavras, mas eu não posso expressar o grande despeito que se esconde nesta tentação de Satanás. Foi uma zombaria de Cristo e de sua obediência. Foi uma clara rejeição da promessa de Deus. Foi a voz triunfante dele que aparentava ter conseguido a vitória. Oh! quão amargo este tipo de tentação é, nenhuma criatura pode entender, a não ser os que sentem a dor de tais dardos lançados por Satanás na consciência sensível dos que alegremente descansam e repousam em Deus e nas suas promessas de misericórdia.
Mas aqui devemos notar a base e o fundamento desta tentação. A conclusão de Satanás é esta: "Tu não és um eleito de Deus, muito menos seu Filho amado". Sua razão é esta: "Tu estás em dificuldades e não achas alívio". Logo, o fundamento da tentação era a pobreza de Cristo e a falta de comida, sem esperança de receber, da parte de Deus, o remédio. É a mesma tentação com a qual o diabo objetou a Cristo por meio dos principais sacerdotes, quando em seu tormento atroz na cruz; eles gritavam: "Se Ele é Filho de Deus, deixe que desça da cruz e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lO agora, se de fato Lhe quer bem" (Mt. 27:40,43). Como se dissessem: "Deus liberta os seus servos dos problemas. Ele nunca permite que os que O temem sejam envergonhados. Mas vemos este homem em angústia extrema. Se Ele é o Filho de Deus, ou ainda um verdadeiro adorador do Seu nome, Deus o livrará desta calamidade. Se não livrá-lO, mas permitir que pereça nesta angústia, então é um sinal seguro de que Deus O rejeitou, como hipócrita, que não terá porção de sua glória". Assim, Satanás tem oportunidade para tentar e também para mover outros a julgar e condenar os eleitos de Deus e seus filhos escolhidos, em função de que lhes sobrevêm muitas angústias.
Aprenderemos, agora, com quais armas devemos lutar contra tais inimigos e assaltos, na resposta de Jesus: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus".
A resposta de Cristo prova aquilo que estivemos mencionando antes, pois a menos que o propósito de Satanás tenha sido demover Cristo de toda esperança na providência misericordiosa de Deus concernente a Ele, naquela sua necessidade, Cristo não respondeu diretamente às palavras de Satanás: "ordene que estas pedras se transformem em pães" (Mt.4:3). Mas Jesus Cristo, percebendo sua astúcia e malícia sutis, respondeu diretamente ao significado delas, desconsiderando suas palavras. Nesta resposta Satanás foi tão frustrado, que teve vergonha de replicar além, sobre este assunto.
Mas para que você entenda melhor o significado da resposta de Cristo, a expressaremos em outras palavras: "Você labora", Cristo diria, "em trazer ao meu coração dúvida e suspeita com relação a promessa de meu Pai, que foi publicamente proclamada no meu batismo, por causa da minha fome e da carência de toda provisão carnal. Você é audacioso em afirmar que Deus não cuida de mim. Mas você é enganador e sofista corrupto, e seu argumento é vão e repleto de blasfêmias; pois você vincula o amor, misericórdia e providência de Deus, a ter ou carecer da provisão carnal, o que não nos é ensinado em nenhuma parte das Escrituras de Deus, mas antes, elas expressam o contrário. Como está escrito "Nem só de pão...", ou seja, a vida e a felicidade do homem não consistem na abundância de coisas corpóreas, pois a possessão delas não abençoa ou torna feliz o homem, nem a falta delas é a causa da sua miséria final; mas a vida do homem consiste em Deus e nas suas promessas, e os que nelas se apegam sinceramente, viverão a vida eterna. E embora todas as criaturas na terra o desamparem, sua vida corpórea não perecerá até que o tempo apontado por Deus chegue. Pois Deus tem meios para alimentar, preservar e manter, ignorados pela razão humana e contrários ao curso comum da natureza. Ele alimentou seu povo Israel no deserto quarenta anos sem provisão humana. Ele preservou Jonas na barriga do grande peixe e manteve e guardou os corpos dos seus três filhos (Sadraque , Mesaque e Abede-Nego) no fogo da fornalha. A razão e o homem natural não viam saída nestes casos, a não ser destruição e morte, e julgariam que Deus havia retirado o Seu cuidado destas suas criaturas; e todavia, sua providência foi mais zelosa em relação a eles no limite dos perigos que enfrentaram, dos quais Ele os libertou de tal forma (e durante os assistiu), que sua glória, que é sua misericórdia e bondade, apareceu e sobressaiu-se mais, depois de seus problemas, do que se eles tivessem sucumbindo neles. E por esta razão, eu não meço a verdade e favor de Deus pelo fato de ter ou não necessidades físicas, mas pela promessa que Ele fez para mim. Assim como Ele é imutável, também são a sua palavra e promessa, as quais, Eu creio, me apego e sou fiel, independentemente do que possa vir externamente ao corpo".
Nesta resposta de Cristo podemos discernir quais armas devem ser usadas contra nosso adversário, o diabo, e como devemos refutar seus argumentos, que, com astúcia e malícia, ele faz contra os eleitos de Deus. Cristo poderia ter repelido Satanás com uma palavra ou pensamento, ordenando-o calar, como Aquele a quem todo poder foi dado no céu e na terra. Mas foi agradável a sua misericórdia, nos ensinar como usar a espada do Espírito Santo, que é a palavra de Deus, na batalha contra nosso inimigo espiritual. O texto da Escritura mencionado por Cristo, encontra-se no oitavo capítulo de Deuteronômio. Foi dito por Moisés, um pouco antes de sua morte, para firmar o povo na misericordiosa providência de Deus; pois no mesmo capítulo, e em outros depois deste, ele avalia a grande luta, os diversos perigos e as necessidades extremas que eles tiveram que suportar no deserto, no período de quarenta anos; e quão constante Deus tinha sido em mantê-los e em cumprir sua promessa, conduzindo-os através de todos os perigos até a terra prometida. E assim, este texto da Escritura responde, mais diretamente, às tentações de Satanás, pois Satanás raciocina deste modo(como mencionei antes): "Tu estás em pobreza e não tens provisão para sustentar tua vida. Isto prova que Deus não considera e nem toma conta de Ti, como Ele faz com os seus filhos escolhidos", Jesus Cristo responde: "Teu argumento é falso e vão, pois pobreza ou necessidade não excluem a providência ou cuidado de Deus, os quais são facilmente provados pelo exemplo do povo de Israel, que no deserto, muitas vezes, necessitou de coisas necessárias ao sustento da vida e, por carecerem delas, invejaram e murmuraram. Apesar disto, o Senhor nunca retirou deles seu cuidado e providência, mas, em conformidade ao que uma vez falou, a saber, que eles eram seu povo peculiar, e em conformidade a promessa feita a Abraão e àqueles que saíram do Egito, Ele continuou sendo seu guia e condutor, até que os colocou na tranqüila possessão da terra de Canaã, não obstante a grande debilidade e as diversas transgressões do seu povo".
Assim, nós somos ensinados, por Jesus Cristo, a repulsar Satanás e seus assaltos pela palavra de Deus e a aplicar os exemplos de sua misericórdia, mostrada a outros antes de nós, para nossa alma nas horas de tentação e nos tempos de nossas tribulações; pois aquilo que Deus faz a alguém em determinada época, cabe a todos que confiam e dependem Dele e nas suas promessas. Por esta razão, por mais que sejamos assaltados pelo nosso adversário Satanás, encontramos, na Palavra de Deus, armadura e armas suficientes.
A principal astúcia de Satanás é atormentar aqueles que começaram a abandonar seu domínio e a declarar inimizade contra a iniquidade, com diversos ataques, tendo como objetivo colocar em suas consciências, divergências entre eles e Deus, para que eles não descansem e repousem nas seguras promessas de Deus. E para conseguir isto, ele usa e inventa vários argumentos. Algumas vezes ele chama à lembrança deles, os pecados de sua juventude ou aqueles que cometeram no tempo de cegueira. Freqüentemente ele objeta a ingratidão deles em relação a Deus e suas presentes imperfeições. Através de doença, pobreza, tribulações nos seus lares, ou pela perseguição, ele pode alegar que Deus está zangado e não liga para eles. Ou pela cruz espiritual, que poucos sentem e menos ainda entendem sua utilidade e proveito, ele poderia levar os filhos de Deus ao desespero e, através de infinitos meios mais, ele anda ao redor como um leão que ruge, para minar e destruir nossa fé.
Mas é impossível para ele prevalecer contra nós, a menos que nós, obstinadamente, nos recusemos a usar a proteção e a arma que Deus tem oferecido.
Os eleitos de Deus não podem recusá-la, mas buscar pelo seu Defensor quando a batalha estiver mais acirrada, pois os soluços, gemidos e lamentações de tal luta (vencer o medo, as súplicas por persistência), são a busca incontestável e certa de Cristo nosso campeão. Não recusamos a arma, embora algumas vezes, por debilidade, não a usemos como devêssemos. É suficiente que seus corações sinceramente clamem por forca maior, por persistência e pelo livramento final de Cristo Jesus.
Aquilo que carecemos, Sua suficiência supre; pois é Ele que luta e triunfa por nós.

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¹ Fonte: Biblioteca Reformada
² John Knox foi o grande reformador da igreja na Escócia, contemporâneo de João Calvino e reconhecido pelo Dr. D.M. Lloyd-Jones como o "fundador" e o maior dos puritanos. Não é a toa que sua figura desponta em meio a Calvino e Farel na Placa Memorial a Reforma que se encontra na cidade de Genebra(Suíça). Para melhor conhecer este reformador, ler as páginas 268 a 288 do livro "Os Puritanos – Suas Origens e seus Sucessores" – Editora PES.